Quanto mais anos conquistamos de vida, mais nos deparamos com o inevitável de ver os nossos familiares a falecer e isso faz-nos reflectir sobre a vida. A morte é, ao que parece, um acontecimento inevitável e deverá ser assumido de forma tão natural como o nascimento. Contudo, a ver muitos dos meus queridos a falecer por doenças crónicas e eu e os meus amigos a envelhecer e lendo sobre o que se tem publicado chego a uma conclusão: se queres viver mais , mexe-te.
Os nossos ancestrais necessitavam de: ser fortes e rápidos para caçar, escapar de predadores e sobreviver. A vida era dura tal como é ainda em algumas comunidades menos desenvolvidas (refiro aqui que não considero o termo o mais adequado). Nessas comunidades, tal como antigamente, a água era carregada de longas distâncias, os alimentos eram recolhidos de áreas vastas e isso implicava carregar pesos e andar grandes distâncias. Um trabalho que era assumido dentro da comunidade por indivíduos de todos os géneros e idades.
Milhares de anos passados, os nossos trabalhos tornaram-se muitos deles intelectuais, passamos todo o dia sentados em secretárias ou em trabalhos monótonos. A robotização substituiu muito do trabalho que era feito tanto em áreas agrícolas ou outras industriais. Contudo, o ser humano continua a necessitar de movimento para conseguir sobreviver em saúde.
Até á década de 20 das nossas vidas, é atingido o pico máximo da nossa capacidade: cardiovascular, densidade mineral óssea e hormonal. Após este período, cada década passada representa uma perda de 10% nas funções: como força muscular e condição cardiovascular.
Hoje em dia, temos cada vez mais forte a evidência que sugere que há uma relação entre o estilo de vida e a nossa saúde. Isto, demostrando que, quanto maior o nível de actividade física, menor serão os riscos de doenças crónicas e espectável uma maior longevidade.
A prática de exercício físico leva a um aumento da massa corporal magra e a conquista a manutenção de um peso ideal, um aumento da densidade mineral óssea, pois com o envelhecimento a formação óssea diminui e a formação de novos neurónios, aumentando a plasticidade e combatendo o aparecimento de doenças relacionadas.
Poderá praticar 150 minutos de exercício físico por semana, no mínimo, para obter estes benefícios, segundo a Organização Mundial de Saúde. Poderá também realizar 30 minutos diários de actividade física moderada para os mesmos benefícios.
Um envelhecimento saudável é possível. Nós, seres humanos, não estamos preparados para sobreviver enquanto indivíduos inactivos. A receita parece ser simples, é regressar às origens e viver segundo a razão pela qual o nosso corpo se desenvolveu e evoluiu. Mexa-se!
Rodrigo Estiveira, 2018